Malala
Yousafzai e Kailash
Satyarthi: dois
nomes que o mundo jamais esquecerá!
A garota
paquistanesa, de apenas 17 anos, e o ativista indiano, de 60 anos, dividiram o Prêmio
Nobel da Paz de 2014 pela luta contra a opressão das crianças e dos jovens pelo
direito à educação. Eles vão receber o prêmio de US$ 1,5 milhão, além de uma medalha de ouro e um diploma.
Em 2012, um membro do Talibã disparou contra Malala no
ônibus em que a menina voltava da escola, em represália por ser ativista a
favor da educação. Desde então, vem lutando pelos direitos das mulheres e das
crianças, especialmente pela educação no Paquistão. Símbolo da resistência
contra o radicalismo ignorante, ela lançou um livro em que conta a sua
história, Eu Sou Malala. Escrito em parceria com a jornalista
britânica Christina Lamb, a obra narra o terror da jovem e de outros
adolescentes perseguidos pelo talibã. Em 2013, ela venceu o Prêmio Sakharov
para a Liberdade de Pensamento, do Parlamento Europeu.
Já Kailash
Satyarthi abandonou a engenharia para combater o trabalho infantil em seu país.
À frente da organização de uma ONG, Bachpan Bachao Andolan, que é um Movimento
para Salvar as Crianças, em mais de 25 anos de trabalho resgatou mais de 80.000
crianças trabalhadoras, além de outros milhares de adultos mantidos em regime
análogo à servidão e à escravidão. Atualmente, o indiano lidera a Marcha Global
contra o Trabalho Infantil, um conglomerado de 2.000 organizações com
finalidades sociais presentes em mais de 140 países.
Ao ser dividido entre
uma paquistanesa e um indiano, o prêmio Nobel da Paz ganha ainda mais
relevância pela rivalidade histórica entre Índia e Paquistão, uma vez que esses
dois vizinhos vivem em clima de permanente tensão em decorrência de disputas
étnicas e territoriais.
Acima de tudo, dar o prêmio à Malala e Kailash,
o Comitê Nobel Norueguês mostrou que a luta pela educação das crianças –
impedidas de frequentar a escola por razões religiosas ou econômicas – deve ser
uma prioridade de todo mundo, uma vez que o prêmio ajudará a dar mais
visibilidade e atenção à causa das crianças negligenciadas e desprotegidas.
Brasília,DF, 15 de outubro de 2014.
Maria Auxiliadôra